Irmã Maria Angelina Enzweiler (1991 – 1996)

Consciente de que o Projeto somente se realiza num processo onde os passos vão sempre em frente e os olhos vislumbram o novo horizonte, assume o cargo de Superiora Geral – Irmã Maria Angelina Enzweiler – 1991 – 1996  e ela mesma narra para as gerações presentes e futuras o que significa: Um olhar para frente.
Considerando a distância de treze anos da  diaconia  de Diretora geral da Congregação, tento dar meu depoimento sobre a vida e missão da Congregação desse período (1991 – 1996).
Iniciamos com um olhar para frente, a partir do lema do XV Capítulo Geral Ordinário: “Irmãs do Imaculado Coração de Maria, fiéis à Vontade de Deus para uma nova Evangelização”. Dizíamos, então: a história caminha e provoca  mudanças, gerando novas situações, novos desafios, novas exigências, suscitando novas formas de evangelização, e nos sentíamos convocadas a detectar os novos sinais dos tempos. Percebíamos a acentuada tendência à inserção nos meios  populares como expressão de nossa solidariedade à causa dos empobrecidos e do nosso compromisso com o Reino.
Damos ênfase, em nossa gestão, à Espiritualidade específica da Congregação e ao Resgate do Projeto de Bárbara Maix como elementos essenciais à nossa identidade de Irmãs  do Imaculado Coração de Maria, assumindo como Prioridades: a Formação, a Vida Fraterna e a Missão, dando destaque à formação voltada para o Reino, na linha da inserção no meio dos pobres; à vida fraterna aberta e solidária com o pobre e fiel ao Projeto de Jesus Cristo; e à missão, visando à   inserção, como expressão solidária com os mais pobres.
Como mundo e Igreja, celebramos os quinhentos anos da descoberta da América e, em Santo Domingo, houve a 4ª Conferência do Episcopado Latino-Americano da qual surgiu o Documento de Santo Domingo que salientou a Cultura e a  Inculturação do Evangelho, com acento numa nova Evangelização.
Nesse período, houve o Sínodo sobre a Vida Religiosa, em Roma, do qual participamos sessenta e duas mulheres, sendo duas brasileiras. A CLAR (Conferência Latino-Americana dos Religiosos) elegeu para presidente, pela 1ª vez, uma mulher.
Na Congregação, houve acento na espiritualidade própria com a assessoria de Ir. Ana Roy que, além de dinamizar o retiro do Capítulo, orientou dois cursos de Espiritualidade a partir de estudo das cartas da Fundadora, relacionadas a textos bíblicos. Deste estudo foi elaborado um livrinho de Espiritualidade, entregue para todas as Irmãs.
Também foi reelaborado o Plano de Médio Prazo do Setor Educação, envolvendo os educadores,  educandos  e as escolas em todas as suas instâncias, surgindo, assim, o Projeto Educativo ICM, com a utopia da educação em Bárbara, sua pedagogia e mística que foi entregue a todos os Educadores de nossas Escolas e   também às Irmãs comprometidas em outras formas de educação, nas diferentes pastorais.
Neste sexênio, o Setor de Pastoral e Ação Social começou a gestar as Diretrizes da Ação Evangelizadora em Meios Populares,  com o envolvimento das Irmãs e Comunidades em vista da necessidade de priorizar e qualificar a ação, avaliar a prática e delimitar campos de ação.
Deu-se intensificação na continuidade da missão além-fronteiras, abrindo uma Comunidade na Venezuela e preparando a fundação na Bolívia. Fez-se um redimensionamento geográfico das  quatro Províncias do Rio Grande do Sul, extinguindo a de Santa Cruz.
Houve grande empenho para viver a fraternidade nas Comunidades e o acolhimento, em especial, às doentes e idosas, vivendo na simplicidade e na alegria sua consagração e missão. Acentuaram-se as visitas às Comunidades e às Obras da Congregação. Constituiu-se a equipe de apoio à administração das Obras, surgindo, por isso, a Comunidade Santa Tereza, ao lado do Instituto Coração de Maria.
E, para concluir, o fato mais importante: a realização do Processo Diocesano da Canonização de Bárbara Maix, na arquidiocese de Porto Alegre (1993-1996).
Por tudo e com todas damos graças a Deus pelo que Ele realizou em nós e através de nós!

Irmã Maria Angelina Enzweiler